quarta-feira, 28 de julho de 2010

A Falta que a Falta faz

Quando algo ou alguém realmente nos faz falta dá um buraco bem no meio do peito. Por momentos esta cratera torna-se uma das faces da Lua e não existe Sol que possa aquecer-nos. Nos transformamos em um árido deserto humano, e nem mesmo as águas caudalosas da esperança conseguem penetrar.

Mas que falta é esta se antes de termos vivíamos e agora não mais o fazemos? Será que desaprendemos de caminhar, de respirar, de sonhar, de viver? Um rápido questionamento elimina a possibilidade de amnésia e fortalece a certeza de desamparo que nos domina. Em não raras vezes nos divorciamos de nós mesmos, criando uma identidade falsa, para uma vida igual.

Derrubar este mecanismo requer um redescobrir pessoal profundo, penetrando camada por camada todas as máscaras que usamos. Ao refletir no espelho da verdade as nossas cicatrizes e chagas, nos damos conta de que o remédio sempre esteve em nós, que a cura não exigia milagres, mas sim amor próprio.

Amando a si, tudo fica mais claro. O foco concentra-se novamente em você, a parte mais importante em todo o processo. Neste estágio você compreendera que a falta que você sentia não estava relacionada a uma pessoa ou alguma coisa, mas sim a você. Você é quem fazia falta pra si, sua natureza e essência, o seu EU verdadeiro.

Quando você estiver preparado para esta passagem, ela naturalmente se desvendará. Igual ao cego que não pode captar os reflexos da luz, a cegueira da sua alma também não capta as vibrações que estão ao alcance dos seus sentidos e que acabam gravitando sem um paradeiro porque o terreno dos sentimentos seco estava.

Basta um raio para que saibamos que o sol existe, uma gota para pressentirmos a chuva, uma rajada de vento para indicar a direção a ser seguida. Basta acreditar na verdade para que a ilusão acabe. Amar a si, para não sentir mais falta de você.

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