Imaginamos que o melhor caminho é sempre aquele onde não encontraremos dificuldades em seu percurso, garantindo uma jornada tranqüila e sem surpresas quando chegarmos ao pote de ouro no fim do arco íris, não é mesmo? Que a perfeição seria podermos fechar os olhos num instante e no outro estar do outro lado da ponte da vida, sãos e salvos das correntezas que poderiam nos arrastar para águas profundas, escuras e perigosas.
Certamente estes pensamentos nos trazem tranqüilidade, exteriorizando o desejo de facilidades no avanço do percurso, o que seria na verdade a nossa perdição caso acontecesse.
Cada pedra no nosso caminho tem um papel fundamental para a construção dos valores morais e a própria personalidade se fortalece ou se compromete de acordo com o uso que damos ao mosaico do criador.
As pedras lisas nos ensinam que nem sempre as coisas são o que parecem, indicando a necessidade de verificarmos cuidadosamente onde vamos caminhar, pois o musgo, a lâmina d água e as superfícies escorregadias por vezes nos fazem cair e sofrer conseqüências sérias com a queda.
As pontiagudas a principio nos trazem a dor, mas tem um papel maior do que apenas isto. Muitas vezes elas nos mostram que o sofrimento momentâneo, será fundamental no futuro para que não venhamos a desistir diante dos obstáculos . Na verdade a dor não ensina a gemer, ela ensina a vencer.
As pedras rugosas afetam a sensibilidade e permitem identificar as variadas nuances que elas podem ter, registrando no banco da memória as diferenças sutis que servirão nos próximos passos para selecionar a estrada a seguir.
E por fim temos as pedras firmes e sólidas que nos impulsionam mesmo diante da neblina, onde nossos olhos nada vem, mas os pés confiam. Elas nos dão a certeza do amanhã, que sempre haverá uma jornada, uma nova escolha pronta a ser descoberta.
Por isso não peça que retirem as pedras da sua existência, mas recolha todas aquelas que fizerem parte da sua história e construa o seu Castelo Pessoal. Caso contrario seus pés não saberão subir a montanha da vida se não tiverem aprendido o trajeto da jornada com as pedras do caminho.
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