sexta-feira, 30 de julho de 2010

A medida do Perdão


O Perdão traz em seu âmago um universo maravilhoso de ressonâncias amorosas que vibram intensamente em quem perdoa e em quem é perdoado. É impossível resumi-lo somente no fato de apagar as faltas e reestabelecer a harmonia entre os seres. Perdoar vai além disto.

Você já deve ter ouvido a sentença que diz “ algumas coisas são imperdoáveis”, não é mesmo? Pois bem, se assim procedêssemos e a regra fosse a mesma para todos nós, estaríamos fadados ao desamor, tornando-nos seres irreconciliáveis e o pior de tudo, desperdiçando a oportunidade da fraterna convivência em sociedade para o aprendizado conjunto.

Talvez você ainda não tenha percebido, mas o perdão é um exercício que se faz de dentro pra fora. Você só pode dar verdadeiramente ao seu próximo, aquilo que primeiro deu a você mesmo e a qualidade deste sentimento, desta ação será o somatório de todos os exercícios que você se dispôs a realizar a cada ação equivocada que tenha cometido, seja por ignorância ou esquecimento, vontade própria ou descuido.

O ato de perdoar é regenerador pois interrompe o processo que desencadeamos interiormente e que afeta as nossas células a cada ação de desamor que possamos estar sendo os causadores ou aqueles que por elas são afetados. Nossa corrente sanguínea torna-se o meio condutor , levando as impurezas do pensamento até os nossos órgãos, pois se o espírito esta debilitado, o corpo conseqüentemente também adoecido estará.

A compreensão exata de que somente através do perdão conseguiremos evoluir pode ser considerada a “ chave que abrirá todas as portas “ do mundo em que desejamos viver. Quanto mais cedo percebermos isto, maior será o percurso no caminho do bem que iremos traçar nesta existência.

O Perdão não se contabiliza por quantidade, nem se mede pelo tamanho de sua generosidade ou intensidade. A eficácia do perdão é verificada entre aqueles que estão envolvidos no processo de perdoar e quando entre eles nenhum resquício é notado, certamente o perdão foi sentido, vivenciado e dividido. A mesma ponte que leva é aquela que traz, mantenha a estrada aberta e seu coração o conduzirá ao caminho do perdão.

O Retrovisor da Vida



Todos os dias temos dois ângulos de visão onde projetamos o sentido que daremos a nossa vida. Podemos olhar para frente e vislumbrar o horizonte com todas as possibilidades que ele nos oferece, ou se preferirmos, diminuir o foco e fixarmos o olhar no retrovisor, abdicando de viver o presente, escolhendo reencontrar-mos um passado que não poderá ser modificado, pelo mórbido prazer da alegria que não voltara mais ou no pior dos casos, da tristeza que insistimos em alimentar.

As únicas coisas que permitimos que as pessoas vejam em nós são aquelas que nos interessam, bem como para qual direção deixaremos que o dia de hoje nos leve. Por insegurança ou conveniência abortamos a esplendida oportunidade que a vida nos oferece a cada 24 horas e usamos o processo de clonagem da nossa própria existência como uma fuga mental do desconhecido.

Preferimos esquecer e negligenciar que os fios invisíveis que nos manipulam são comandados por nós mesmos. É bem mais conveniente culpar algo ou alguém por aquilo que não aconteceu, pelas portas que não se abriram, pelo emprego que não passou de uma fila de espera e principalmente pelo sapo que não virou príncipe e pela princesa que não acordou ao toque dos lábios do seu amor verdadeiro.

Pare de projetar o seu futuro em cima do passado, seja ele feliz ou triste. Permita-se viver novas emoções pelo prazer de redescobrir em si a coragem de mostrar quem você é, e não o que os outros querem que você seja. Não volte a viver os antigos sonhos, os amores perdidos , os senãos do caminho. Use o seu direito de ousar, ir além dos muros que você ergueu com medo dos raios do sol, eles não irão queima-lo mas iluminar os seus passos sejam para qual destino você estiver indo.

Corra o risco de ser feliz e imensamente realizado. Ao olhar no retrovisor você já sabe qual imagem irá encontrar, ao olhar para a frente é a vida que irá encontrar você.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

A Firmeza da Verdade


     
Sustentar a verdade é tarefa de poucos, mesmo que o peso dela seja o mais leve que exista. A natureza humana tende a perder a fé no caminho do bem, enamorada pelos encantos da estrada.  Trabalhar e fortalecer em si este edifício que ninguém há de destruir é  tarefa diária e intransferível. Assim como o sol se levanta além da janela, cultivar o amor e perseverar nele é o fiel da transformação humana.

      É preciso amar a verdade sim, para que ela seja real. A vida esta repleta de “meias verdades”,incapazes de manterem-se firmes ao primeiro contato com a dúvida. Uma verdade só pode ser assim considerada quando diante de qualquer fato ou situação, independente do ângulo pelo qual é analisada, nada modifica de sua essência.

      Consigo a Verdade traz inúmeras benesses, e a maior de todas elas indubitavelmente é a paz de espírito, sensação que vai além da “ paz dos homens” , pois é sustentada por uma gama de bons sentimentos capazes de gerar este “ estado “ da consciência tão bem exemplificado por Cristo, ao ser julgado culpado e ter sofrido as torturas impostas por seus perseguidores, sem em nenhum momento ter permitido que a sua Verdade fosse distorcida.

      O ser humano, sendo um espírito em formação moral, ainda vacila em dados momentos ao confrontar-se com a verdade e suas conseqüências. Assim sendo, o fortalecimento das qualidades morais proporcionará a base que faltava para que a sua conduta de vida seja reta, firme e verdadeira.  Desta forma não terá mais que se preocupar com o que os “outros” pensam dele, nem como eles lhe enxergam.

      A transparência de suas ações e conseqüentemente os seus pensamentos , serão um reflexo do seu “EU “ verdadeiro, e sendo ele indivisível e integro, não deixara margem para senãos.

     Realmente a verdade nos liberta , permitindo que sejamos nós mesmos, trazendo para o convívio íntimo aqueles que nos são afins pelo que somos e não pelo aparentamos ser.

A Falta que a Falta faz

Quando algo ou alguém realmente nos faz falta dá um buraco bem no meio do peito. Por momentos esta cratera torna-se uma das faces da Lua e não existe Sol que possa aquecer-nos. Nos transformamos em um árido deserto humano, e nem mesmo as águas caudalosas da esperança conseguem penetrar.

Mas que falta é esta se antes de termos vivíamos e agora não mais o fazemos? Será que desaprendemos de caminhar, de respirar, de sonhar, de viver? Um rápido questionamento elimina a possibilidade de amnésia e fortalece a certeza de desamparo que nos domina. Em não raras vezes nos divorciamos de nós mesmos, criando uma identidade falsa, para uma vida igual.

Derrubar este mecanismo requer um redescobrir pessoal profundo, penetrando camada por camada todas as máscaras que usamos. Ao refletir no espelho da verdade as nossas cicatrizes e chagas, nos damos conta de que o remédio sempre esteve em nós, que a cura não exigia milagres, mas sim amor próprio.

Amando a si, tudo fica mais claro. O foco concentra-se novamente em você, a parte mais importante em todo o processo. Neste estágio você compreendera que a falta que você sentia não estava relacionada a uma pessoa ou alguma coisa, mas sim a você. Você é quem fazia falta pra si, sua natureza e essência, o seu EU verdadeiro.

Quando você estiver preparado para esta passagem, ela naturalmente se desvendará. Igual ao cego que não pode captar os reflexos da luz, a cegueira da sua alma também não capta as vibrações que estão ao alcance dos seus sentidos e que acabam gravitando sem um paradeiro porque o terreno dos sentimentos seco estava.

Basta um raio para que saibamos que o sol existe, uma gota para pressentirmos a chuva, uma rajada de vento para indicar a direção a ser seguida. Basta acreditar na verdade para que a ilusão acabe. Amar a si, para não sentir mais falta de você.

A necessidade do Não



Será o Não um mal necessário?
Se é um mal, poderá ter algo de bom?
Se tem algo de bom, porque não é sim?

Você já se deu conta de quantas vezes por dia utiliza o Não como a palavra que norteia a sua vida? Toda hora surge uma frase como; eu não posso fazer isto, não tenho tempo para aquilo... não tenho o dinheiro que preciso, não tenho tempo para nada.... sempre não, não e não....

Ao materializarmos a palavra Não , estamos criando não apenas barreiras para as ações que deveríamos tomar, bem como estamos dizendo para o nosso cérebro de que não adianta tentar achar uma alternativa, porque não há saída e não há nada que possa ser feito, sendo assim ficamos amputados de todo e qualquer esforço, pois o mesmo inevitavelmente seria em vão.

É entristecedor sermos os próprios algozes da nossa desgraça e mais cruel ainda é esterilizarmos da nossa consciência a ventura do êxito. Como uma palavra tão pequena pode fazer um estrago tão grande, muitas vezes transformando a nossa vida em um funeral com data marcada para a missa de sétimo dia, queimando inclusive a etapa do velório porque Não temos tempo pra isso.

Comece hoje a mudar esta paisagem mental. Ao invés de pensar que você não pode fazer, diga que você pode fazer o que esta ao seu alcance, se antes você não tinha paciência, hoje você tem a serenidade necessária, se faltava o dinheiro, agora você tem o suficiente para algo e se antes não tinha tempo, a partir deste momento você tem todo o tempo do mundo para resolver uma coisa de cada vez.

Para chegar ao final da jornada é preciso dar o primeiro passo. Modifique aos poucos a sua biblioteca mental, substituía o não pelo sim, você notará que a  quantidade de letras é a mesma, mas o efeito não tem comparação.

Por detrás da Porta



Deixe que o tempo diga suas preces.
Deixe que os segredos que foram esquecidos por detrás da porta tenham o tratamento que merecem. Não há motivo para você se precipitar, pode ser que quando vier buscar, você não consiga achar e então o tempo terá se encarregado daquilo que por inúmeras noites tirou o seu sono e agora nem sequer é importante.

O peso que damos a determinadas situações e fatos da nossa passagem terrestre não raras vezes variam do chumbo as plumas numa fração de tempo que para o Universo podem ser apenas segundos e para você pareça uma eternidade.

Insistimos em recolher lixo, mesmo quando podemos optar pelas flores do caminho e acabamos por depositar nossa “ poupança “ na conta corrente da vida. Quando o rendimento é muito grande, jogamos para detrás da porta os excessos, tentando assim nos livrarmos apenas pelo fato de não estarmos mais vendo, preferindo acreditar que o cheiro que esta impregnado na nossa mente é mera ilusão.

Assim também são os nossos pensamentos, aqueles que dizemos serem os mais secretos. A certeza de que jamais serão desvendados nos alimenta com um banquete insaciável de angustias e dúvidas e inevitavelmente acabamos por dividir este tesouro que antes era apenas nosso com o resto do mundo.

A transparência de atitude tornará você uma pessoa sem portas secretas, e elas não tendo utilidade deixarão de existir, fazendo com que no seu livro da vida todas as páginas tenham começo , meio e fim. Você tem uma vida em comum com o Universo, seja digno de passar por todas as portas sem medo de olhar para trás ,observando pelas janelas da alma tudo o que você construiu.

sábado, 19 de junho de 2010

O Andarilho do Amor


O amor não foi colocado no coração do homem por simples capricho.  O sentido é imensamente maior do que podemos imaginar.
Quando queremos defini-lo recorremos a centenas de palavras para nem perto chegarmos dele. Pintamos cores, entoamos canções, recitamos poemas e mesmo assim ainda somos incorretos a defini-lo. Então que amor é este, ou melhor ,o que é o Amor?
Podemos percorrer os sete cantos do Mundo, recolhendo depoimentos , catalogando vivencias , enumerando as maravilhas da natureza e suas traduções que calam ao coração e indubitavelmente teremos algo a acrescentar sobre o mais nobre dos sentimentos.
Somente poderemos compreendê-lo quando deixarmos de ter amor, e nos tornamos o próprio amor.  Esta Utopia tem hora marcada para acontecer na vida de cada um, mas como temos o direito de escolher este momento, acabamos por colocá-la na estante mental das “ coisas “ que podemos deixar para outro dia, e outro dia e outro dia... até o momento em que dá um nó na vida e não saberemos desamarra-lo porque nossas mãos perderam a utilidade por pura falta de uso.
Eis que o coração volta a cena com sua função vital e emocional. Um músculo que compassa o ritmo da vida a cada pulsar, orientado pela lógica e razão, sendo ele em sua essência todo sentimento. Os opostos que se atraem e mantém o milagre a cada respirar. Os reflexos deste conflito interno são registrados em nossas ações , acreditando que 2 + 2 são 4, mas também permitindo discordar e encontra um numero impar na equação, sem alterar o equilíbrio do universo.
A  jornada em busca amor, do seu amor é interna. Ao descobri-lo verá que o mundo de fora é um espelho do seu universo interior. Onde há luz, não existem sombras, onde há vida, há amor. Então viva.